Rotinas Transformadoras
Há 10 anos quando aquele livro me veio parar às mãos estava longe de saber o impacto que aquela prática teria e que iria tornar-se numa rotina na minha vida. Naquela altura, tal como agora, devorava livros, talvez a principal diferença é que há 10 anos optava pelos livros de ficção.
Estava numa fase em que sentia a avalanche de tensão e stress a inundar os meus dias, quando vi aquele livro na biblioteca senti curiosidade em lê-lo. Tenho pena de não ter apontado o nome do livro, apenas recordo que o título me tinha chamado a atenção, pois estava relacionado em aliviar o stress e trazer mais calma (algo que precisava tanto!).
Lembro-me de ter folheado o livro e ter percebido que tinha vários exercícios. Sem pensar muito, decidi requisitar o livro. Aquele livro, sem eu saber, iria fazer-me descobrir uma prática que iria incluir à minha rotina até aos dias de hoje.
A prática que este livro me fez descobrir e mais tarde aprofundar foi a meditação. Este meu contacto com a meditação foi um tanto quanto atípico. Enquanto que a maioria descobre a meditação através de um vídeo, áudio, curso de meditação, ou porque alguém recomenda, no meu caso foi através de um livro. É engraçado como a vida nos traz aquilo que precisamos de acordo com a vida que vivemos. Se a leitura era onde investia a maioria do meu tempo, seria esse o meio para descobrir algo que precisava e que chamava por mim.
Até aquele momento não tinha contacto com a meditação, já tinha ouvido falar, mas não o considerava (ainda!) para mim. Foi a partir deste livro que me abri a essa possibilidade. Lembro-me que, no livro, além de falar sobre meditação, continha vários e vários exercícios sobre esta prática. Mas houve um em especial que me tocou pela sua simplicidade e foi exatamente esse que decidi experimentar durante os meses seguintes.
O exercício era tão simples quanto isto: reservar alguns minutos, sentar descontraidamente numa divisão da casa, acender uma vela e fixar a chama com o olhar. Depois, notar as gradações da cor, as sombras, as formas da chama.
Todos os dias, durante os meses que se seguiram, antes de me deitar era esta a prática que mantinha. Pegava numa vela, sentava-se no chão do meu quarto, acendia a vela e ficava ali durante minutos com o olhar fixo na chama. Quando a minha atenção era desviada por causa de um som ou pensamento, assim que notava esse desviar de atenção, voltava a focar a minha atenção na chama da vela.
Esta prática simples, além de me acalmar, ajudava-me a cair no sono e a dormir de forma mais tranquila. Uma vez que a prática foi descoberta através de um livro requisitado na biblioteca e apesar de continuar com a prática descrita no livro não cheguei a apontar o nome. Acredito que o propósito daquele livro, foi este: ajudar-me a despertar para algo que era importante para mim. Hoje quando partilho como a meditação entrou na minha vida e conto esta história, perguntam-me qual o nome do livro e a resposta é sempre a mesma "não me lembro". Naquela altura a vida pedia-me calma e eu estava disposta a gerar essa calma, desde essa altura que reconheço a importância de escutar a vida. Ela faz chegar a nós aquilo que precisamos e estamos dispostos a manifestar.
Mantive esta prática até que descobri o reiki e fiz o nível I e II. Apaixonei-me por esta arte milenar ao ponto de falar sobre o reiki a todas as pessoas que conhecia e todos os dias o auto tratamento era o meu momento sagrado. Foi a partir daqui que aprofundei a prática de meditação que se encontra na minha vida desde então.
Sinto que foi a meditação que me encontrou de uma forma especial. Não existem rotinas certas ou erradas, acredito que o mais importante é incluir práticas que estejam alinhadas com a pessoa que desejamos Ser e com a vida que desejamos construir. Quando não sabemos por onde começar, o mais importante é escutar. Escutar o que o nosso Eu pede e ficar aberto e recetivo ao que a vida tem para oferecer.
Hoje o meu convite é que escutes e que fiques aberto e recetivo ao que a vida tem para te oferecer.